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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

E no final sou o que me resta


Olhei o movimento da rua por uma velha janela
Encontrei ali as mesmas melodias
Canso-me logo, preciso de um café... Folhas em branco!
Sou o que me resta
Lágrimas quentes teimam em descer sobre minha face
E logo disparam os flashes cegantes...
De lembranças que perpassam minha memória
Obrigando-me a vagar para dentro de um mundo esquecido

Vejo que caminhei muito para não ser igual e acabei sem saber aonde ir
Estive entre as multidões e permaneci no vazio
Nas noites frias entre goles e tragos, fiquei embriagado nas palavras
Banhei-me com a dor da revolta
Quando o cheiro dos sonhos sepultados imanou do meu corpo
Aceitei sem coragem que o vigor cessou, os anseios se foram!
As dúvidas permaneceram sem cogitações e simplesmente a vida...
MINHA vida?
Não fluiu, não foi desvendada, nem mudada, sequer VIVIDA!

Entre uma estação, um sopro... Entre a morte, um toque...
Sou o que me resta!
Paixões, beijos, dinheiro, juramentos, festas...
Mesmo assim não consegui me encontrar
O telefone não tocou. As cartas pararam de chegar
Contorço-me. O silêncio avisa sobre a sorrateira
Chegada da solidão!
Tudo ilusão, que caos, que imensidão...
Volto para realidade.

ESCURECEU... A rua sossegou, o café tornou-se amargo
A folha amassou-se! Todo o passado visto sobre torrões
Sou o que me resta
A essência se perdeu, o vento forte não envolveu...
Arrasto-me moribundo em direção à penumbra
E escuto novamente a voz do silêncio
No final o que me resta?
TUDO
...
NADA!

Fênix >> aquela que sempre renasce!
Kétleen Villalba Rocha

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