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sábado, 20 de novembro de 2010

E que minha loucura seja perdoada!


Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.
Oswaldo Montenegro

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

E no final sou o que me resta


Olhei o movimento da rua por uma velha janela
Encontrei ali as mesmas melodias
Canso-me logo, preciso de um café... Folhas em branco!
Sou o que me resta
Lágrimas quentes teimam em descer sobre minha face
E logo disparam os flashes cegantes...
De lembranças que perpassam minha memória
Obrigando-me a vagar para dentro de um mundo esquecido

Vejo que caminhei muito para não ser igual e acabei sem saber aonde ir
Estive entre as multidões e permaneci no vazio
Nas noites frias entre goles e tragos, fiquei embriagado nas palavras
Banhei-me com a dor da revolta
Quando o cheiro dos sonhos sepultados imanou do meu corpo
Aceitei sem coragem que o vigor cessou, os anseios se foram!
As dúvidas permaneceram sem cogitações e simplesmente a vida...
MINHA vida?
Não fluiu, não foi desvendada, nem mudada, sequer VIVIDA!

Entre uma estação, um sopro... Entre a morte, um toque...
Sou o que me resta!
Paixões, beijos, dinheiro, juramentos, festas...
Mesmo assim não consegui me encontrar
O telefone não tocou. As cartas pararam de chegar
Contorço-me. O silêncio avisa sobre a sorrateira
Chegada da solidão!
Tudo ilusão, que caos, que imensidão...
Volto para realidade.

ESCURECEU... A rua sossegou, o café tornou-se amargo
A folha amassou-se! Todo o passado visto sobre torrões
Sou o que me resta
A essência se perdeu, o vento forte não envolveu...
Arrasto-me moribundo em direção à penumbra
E escuto novamente a voz do silêncio
No final o que me resta?
TUDO
...
NADA!

Fênix >> aquela que sempre renasce!
Kétleen Villalba Rocha

domingo, 7 de novembro de 2010

Confronto


Infinitas horas pensando na vida
Quem sou eu?
Compulsiva, amorosa, ansiosa, louca... Mulher
Quem são vocês? Quem somos nós?
Fracos, idealistas, perfeitos, indecisos... Humanos

O que existe por trás de tudo isso
Onde se escondem os passarinhos
Tão simples... Tão livres...
Cadê meus lápis coloridos que tanto deram vida a minha infância?
Onde estão meus livros de poesias que adocicavam minha adolescência?
Ou mesmo as revistas de futilidades do meio-termo
Perderam-se todas as minhas cartas, lembranças...
Que tanto suavizaram a chegada da velhice

Ora você de novo aqui?
... Minha cara e fiel nostalgia
Acompanha-me nesse imenso vazio?
Prefere vinho, diários, biscoitos, fotos...
Veio lembrar-me da minha impotência diante dos fatos
Diante dele o TEMPO?

Amargo e delicioso
Queria controlá-lo
Simples e facilmente, tê-lo sempre afundado em minhas entranhas
Mas É ELE quem me possui, sendo um dos poucos
Arrisco-me a dizer o ÚNICO que detém de toda minha VIDA
Pois então ME CONSUMA
Deixe-me sem ar, sem algo a mais para pensar
Encha-me de prazer e satisfação
Salva-me desse confronto

Preciso sentir (EU PRECISO) a essência da felicidade...
Em minhas veias
Mesmo sendo você TEMPO o causador desse incessante CONFRONTO.
Anjo da noite


Kétleen Villalba Rocha
05-11-2010 O que realmente me transforma!

07... 11...2010



Sinto-me muito feliz pela vida, pelas pessoas, pelo amor... Por ser exatamente quem eu sou. HOJE no início de mais um ciclo (porque insanamente meu ano começa quando faço aniversário) eu me vejo mais mulher, um pouco mais determinada, com sonhos e anseios novos, com um brilho diferente imanando de todo o meu ser, com uma vontade simples e imensa de ser apenas feliz!
São momentos, lembranças, vivências, são dias melhores!
A palavra que ecoa dentro da minha inconstante cabeça e do meu coração é o OBRIGADO, a Deus, ao Universo, a qualquer força maior que deve existir... A todas as pessoas que passam pela minha vida e a mim mesma (tenho uma admiração interior fora do comum).
Que tudo se renove, novas aprendizagens, desafios, sonhos REALIZADOS \o/

‘’Abraçar verdadeiramente’’
‘’Sorrir sinceramente’’
‘’ Tocar profundamente’’
‘’ Perdoar inteiramente’’
‘’Olhar demoradamente’’
‘’ Amar realmente’’
‘’ VIVER simplesmente....